Um Jovem à beira do inferno

Caros amigos e caras amigas, sabemos bem que o pecado grave, o chamado “pecado mortal”, nos faz perder a graça que nos tornou “filhos de Deus” no Batismo, interrompendo drasticamente a nossa comunhão com Deus. Este é um estado muito grave para a nossa alma; não apenas nos faz perder a paz e a alegria, predispondo-nos ao pecado e à morte interior permanente, mas nos coloca em uma situação muito perigosa para o nosso destino eterno. Jesus, para livrar-nos das correntes do pecado e abrir-nos as portas do Paraíso, sofreu muito até a morrer atrozmente na cruz: os nosso pecados, portanto, custaram muitíssimo, o sangue de Deus feito homem.

O Catecismo ensina: “a existência e a eternidade do inferno. As almas dos que morrem em estado de pecado mortal descem, imediatamente após a morte, aos infernos, onde sofrem as penas do inferno, “o fogo eterno”. A pena principal do inferno consiste na separação eterna de Deus, o único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira” (n. 1035).

Com o sacramento da Penitência o Senhor nos oferece a “segunda mesa de salvação”, depois do Batismo, para poder-nos reconciliar com Deus e readquirir a graça santificante, a comunhão com Deus, a paz e a alegria do coração que depois continuarão na vida eterna.

ACONTECEU A SÃO JOÃO BOSCO.

Sempre da vida de São João Bosco, vos apresentamos este acontecimento histórico, arquivado também pelos registros da prefeitura da cidade de Turim, que nos faz refletir sobre a importância da Confissão.

“Em 1849 um jovem com os seus quinze anos, chamado Carlos, que frequentava o Oratório de São Francisco de Sales, caiu gravemente enfermo e encontrando-se em perigo de morte pediu para se confessar o mais rápido possível com Dom Bosco que, porém, naqueles dias, se encontrava fora de Turim. Veio então, imediatamente o vice-pároco com o qual, porém, Carlos não conseguiu confiar e abrir-se integralmente. Morreu um dia e meio depois, pedindo muitas vezes para falar com Dom Bosco. Tendo Dom Bosco retornado, fez-se imediatamente levar até Carlos, dizendo ao primeiro empregado que encontrou naquele lugar: “Atenção! Ele dorme, e vós acreditais que ele está morto!”. Dom Bosco foi acompanhado junto ao caixão de Carlos e no entanto pensava: “Quem sabe se fez bem a sua última confissão?” Quem sabe qual destino encontrou a sua alma?”.

Tendo feito sair os presentes da câmara mortuária, tendo rezado e abençoado o corpo do jovem, disse em tom imperativo: “Carlos, Carlos, levanta-te!” Diante daquela voz o morto começou a mover-se e Dom Bosco imediatamente rasgou o lençol que o envolvia. E o jovem Carlos disse: “Oh! Dom Bosco! Se soubesses! Suspirei-o muito! Eu deveria estar em um lugar de perdição. A última vez que me confessei, não ousei revelar um pecado cometido há algumas semanas… Foi um companheiro mal com os seus discursos… Tive um sonho que me amedrontou imensamente. Sonhei que estava à beira de um imenso forno e de fugir de muitos demônios que me perseguiam e queriam prender-me: e já estavam para me atacar e precipitar-me naquele fogo, quando uma senhora se interpôs entre mim e aquele horrível animal, dizendo: “Esperem; não foi ainda julgado! Depois de algum tempo de angústia ouvi a sua voz que me chamava e me despertei; e agora desejo confessar-me.

A mãe, entretanto, assustada com aquele espetáculo e fora de si pela ressurreição do filho, a um sinal de Dom Bosco reentrou na sala. Carlos ficou por duas horas na câmara, a falar com Dom Bosco e a mãe, plenamente dono da sua vida: o seu corpo, porém, dizem as notícias, permaneceu sempre frio como antes de despertar. Entre outras coisas repetiu a Dom Bosco de recomendar muito e sempre aos jovens a sinceridade na Confissão. Dom Bosco no fim disse: “Agora estás na graça de Deus: o céu está aberto para ti. Queres ir lá para cima ou permaneceres conosco?”. “Desejo ir para o céu”, respondeu o jovem. “Então, até o paraíso”, e o jovem deixou cair a cabeças sobre o travesseiro, fechou os olhos, permaneceu imóvel e adormentou-se novamente no Senhor” (Giovanni Battista Leymoe, Memoire biografiche de don Giovanni Bosco. S. Benigno Canadese 1903, vol. III, p. 495-498).

Fonte: O Sacramentos da Misericórdia: Edições Fons Sapientiae 11/07/2017

 

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